4 de março de 2010

TREINO - Qualidades Físicas - Parte 2

PRODUÇÃO AERÓBICA DE ENERGIA

Para que se desencadeie esta fonte de energia é necessária a presença de O2. Este processo utiliza como substrato o ácido pirúvico, ácidos gordos e aminoácidos. Estes sofrem uma serie de transformações, resultando na libertação de energia (ATP), água e dióxido de carbono (CO2)

Tendo em consideração as reservas orgânicas de gorduras, bem como a capacidade ilimitada de captação de O2, podemos afirmar que o processo aeróbico pode produzir energia durante muitos minutos ou horas. Este processo torna-se eficiente a partir dos 3 ou 4 minutos após a realização do exercício.

RESISTÊNCIA

A Resistência é a capacidade de resistir psíquica e fisicamente a uma carga durante um grande período de tempo produzindo-se um cansaço insuperável devido à intensidade e á duração da mesma e / ou de recuperar-se rapidamente depois de esforços físicos e psíquicos.

Importância no Futebol (funções da resistência):
- Manter durante o máximo de tempo possível uma intensidade óptima da carga ao longo da duração do jogo;
- Manter o mínimo de perdidas de intensidade (inevitáveis) durante todo o jogo;
- Aumentar a capacidade de suportar a carga de jogo;
- Recuperação rápida (após os jogos e treinos); e
- Estabilização técnica e táctica e da capacidade de concentração.

Factores em que são determinantes um bom índice de resistência:
- Físico (redução reversível da função muscular);
- Mental (capacidade de concentração);
- Sensorial (diminuição transitória da percepção sensorial – visual, auditiva e táctil);
- Coordenação (sistema nervoso central); e
- Emocional (anímico).


Para alcançar altos rendimentos no futebol é necessário

Ler todo o texto...

o desenvolvimento de três tipos de resistência: resistência Base I, resistência base III (acíclica), e a resistência específica.

RESISTÊNCIA DE BASE 1

Este tipo de resistência, permite-nos criar uma base geral (não específica) para o treino de outras capacidades de condição física e de coordenação que resultam determinantes para o rendimento desportivo.

Trata-se pois “dos primeiros passos” (pré - temporada) que realiza qualquer jogador antes de iniciar o ciclo de treino. Este tipo de resistência é a premissa onde se fundamentará o treino específico do futebolista.
Um dos aspectos fundamentais deste tipo de resistência é que implica sempre esforços aeróbicos (dentro do limiar anaeróbico).

Os objectivos mais importantes que se atingem ao treinar este tipo de resistência são:
- Economização da capacidade aeróbica a um nível médio (mais trabalho com menos dispêndio); e
- Incidência na via aeróbica como elemento de recuperação entre esforços e entre sessões.

MÉTODOS DE TRABALHO
Para desenvolvermos esta resistência encontramos dois grandes métodos:

- Método contínuo extensivo: caracteriza-se pela inexistência de pausas durante a realização do esforço; e
- Método intervalado extensivo: caracteriza-se pela interrupção do esforço mediante períodos de pausa (recuperação).

RESISTÊNCIA DE BASE 3 (ACICLICA)

Este tipo de Resistência pretende criar uma base que permita um amplo treino dos factores técnico – tácticos, assim como melhorar a capacidade de recuperação durante as fases de baixa intensidade.

As características das cargas da resistência de base III são idênticas ao tipo de esforços que se realizam no futebol:
- Repetição de fases curtas de máxima intensidade;
- Tipos de recuperação extremamente variados;
- Elevado volume da carga dentro da actividade global;

Neste sentido, as cargas caracterizam-se pela irregularidade da intensidade (com fases de poucos segundos de esforço com carácter máximo, cargas médias até esforços submáximos conjuntamente com períodos de pausas)

MÉTODOS DE TRABALHO
Para desenvolvermos a Resistência de Base III encontramos como o método mais adequado o contínuo variado.

Dentro deste método podemos distinguir duas grandes formas de trabalho:
- Fartlek; e
- Corrida contínua com variação de velocidade.


É extremamente importante na corrida contínua com variação de velocidade , em nosso entender, controlar os tempos em que se realizam os diferentes sprints (excepto os dos 10 metros – dada a pouca fiabilidade com uma cronometragem manual), já que se pode obter informações fundamentais para o treino:

- Se nos últimos sprints se despende muito mais tempo que nos primeiros. Este facto, indica-nos um baixo nível de resistência;
- Se os atletas conseguirem manter um tempo aproximadamente similar nos últimos sprints. Este facto, indica-nos um alto nível de resistência.

Quando se consegue manter os tempos, poderemos falar que tenhamos conseguido com que o jogador tenha uma elevada capacidade para que, depois de realizar um sprint, possa estar disponível a voltar a repeti-lo. Esta capacidade pode avaliar-se mediante um índice de resistência:

Média de Velocidade dos primeiros spints (30 e 50 metros)
Índice R = -------------------------------------------------------------------------
Média de Velocidade dos últimos spints (30 e 50 metros)

O resultado multiplica-se por 100, e quanto mais próximo este é de 1, melhor nível de resistência terá o jogador.

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA

Podemos considerar este tipo de resistência como um prolongamento da resistência de base III (acíclica) e que se tem em conta de forma mais detalhada, não só as características gerais que definem os esforços próprios de cada desporto (resistência à velocidade e à força rápida), mas também considera os aspectos mais específicos do tipo de esforço requerido para cada jogador. Tendo em atenção o seu tipo de desmarcação, o sistema e o método de jogo utilizado, e as características e missões tácticas do seu jogo.

MÉTODOS DE TRABALHO
- Corrida contínua com variação de velocidade; e
- Método intervalado intensivo muito curto
(CONTINUA)

GOSTASTE DESTE ARTIGO? DEIXA UM COMENTARIO SFF.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Anunciar aqui

Anunciar aqui